Luiz de Mattos em sua época foi um espírito incansável, foi um bravo e duplamente abolicionista. Lutou pela liberdade do homem escravo do próprio homem. Mas também lutou pela liberdade do homem escravo dos dogmas escravagistas e grosseiros, liberando o pensamento do homem travado nas amarras do misticismo religioso, levando-o ao auto conhecimento de si próprio como Força e Matéria.

A Conduta e a lei do retorno

A vida do espírito na Terra é cheia de tropeços, de aborrecimentos e de dificuldades que martirizam intimamente a criatura.A vida se tornaria bem mais suave e amena se todos procurassem dar trabalho à inteligência, bem aproveitando o tempo.

Há criaturas que perdem um tempo preciosíssimo com aquilo que lhes afeta a saúde. Vão pouco a pouco infiltrando veneno em seus espíritos e, infelicitando-se, provam não saberem viver.

É preciso que os seres se disponham a viver com inteligência!

A vida do espírito na Terra é cheia de tropeços, de aborrecimentos e de dificuldades que martirizam intimamente a criatura.

Preparado porém o espírito, bem-disposto, passa a encarar tudo como uma necessidade que atinge todo mundo e, assim sendo, lutará com mais suavidade.

O mundo permanece num estado bastante triste: desordens, incompreensões e desentendimentos reinam por toda parte. Ainda não se conseguiu uma Paz verdadeira, aquela Paz que traz a tranquilidade do espírito, a facilidade para a luta pela vida, a cooperação mútua.

Dificuldades e mais dificuldades atingirão as criaturas, senão estiverem preparadas para elas, encarando todas as coisas sem se prenderem a futilidades e aborrecimentos que acabam por fazer gastos anímicos, concorrendo para a alteração do sistema nervoso e para o envelhecimento antes do tempo.

Sejam otimistas, encarem as coisas como de fato são, tratem de ocupar o tempo o melhor possível, de distrair o espírito, não se prendam a dificuldades. Antes procurem vencê-las, e, assim fazendo, todos passarão a viver inteligentemente, alegremente e serão compreensivos, porque existirá a tolerância.

O RACIONALISMO CRISTÃO através das suas explanações ou de seus conselhos procura expor às criaturas a forma para saberem viver. Viver como muita gente vive não custa, porque é vegetar, mas saber viver com inteligência, com compreensão, aproveitando o tempo, vencendo as dificuldades, nem todos o querem fazer, porque dá trabalho.

Sejam criaturas sensatas, ponderadas, moderadas e justas, e a vida se tornará mais suave e tudo passará, porque o tempo é o melhor mestre. É ele que ensina, é ele que coloca as coisas nos seus devidos lugares.

Saibam dar tempo ao tempo, para que a Paz espiritual volte ao mundo!

À medida que forem despertando, caindo na realidade da vida, à medida que forem analisando os fatos e procurando deles tirar as lições que oferecem, à medida que a humanidade se for esclarecendo, passará a ter uma concepção de vida diferente daquela que vinha tendo.

Em tudo na vida é preciso comedimento. Há criaturas que desejariam a vida de uma maneira exclusiva para elas. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra!

É preciso que vivam dentro de um meio-termo e, para isso, há necessidade de compreensão, discernimento e raciocínio.

A criatura, desde que tenha caráter bem formado e possua personalidade moral, sabe o que é e o que vale, nunca desce e jamais se confunde com aqueles que não possuam caráter nem dignidade! O modo de se conduzir, a sua maneira elevada de compreender a vida, a faz afastar-se daqueles seres que não têm noção da honra, nem do dever.

A criatura que possui qualidades morais não deve viver reclusa, mas sim, apresentar-se e estar em toda e qualquer parte onde seja preciso estar. Pelas atitudes pessoais, pela maneira de ver e de compreender as coisas, demonstra a sua educação e o seu caráter. É por isso que o RACIONALISMO CRISTÃO prepara as criaturas, não para viverem afastadas do mundo, como fazem as religiões, principalmente a católica.

Suas freiras e seus frades vivem enclausurados, cheios de panos, com hábitos que até deveriam ser proibidos, por falta de higiene, e, sobretudo, para bem da saúde daqueles que os usam a encobrir a alma, o espírito, nem os sentimentos que os animam.

Sem dúvida nenhuma, não são essas criaturas que ensinam as outras a viver no mundo em liberdade. Limitam-se ao meio restritos, ao meio pesado, ao meio, até muito infeliz em que vivem. Rezam pela humanidade, fazem promessas e novenas, mas isso não aproveita à humanidade! Antes deveriam saber se apresentar, a ter opinião, caráter e a dar exemplos.

Não adiantam os puritanismos, os exageros, porque isso nada significa. O que é preciso é saber enfim, se conduzir dentro dos moldes de uma boa educação e perfeita moral. É preciso que haja sinceridade, lealdade e franqueza. Porque encobrir-se o ser com o manto da santidade e dar maus exemplos não tem valor algum para os espíritos.

As criaturas devem ser preparadas para viver, para enfrentar todos os meios onde seja preciso estar, sem perder a linha de boa conduta.

Estamos sempre a aconselhar que raciocinem, que vivam como seres inteligentes, que cultivem a inteligência, que se instruam, que saibam dar valor ao que de bom oferece a vida e fujam do que é pernicioso.

Quem é inteligente e tem caráter bem formado sabe viver, sabe separar o joio do trigo.

Aprendam a viver, não sejam como as criaturas religiosas, que muito batem no peito, são muito santas na forma, mas no íntimo, são piores do que aquelas que condenam e censuram.

Sejam sinceros, sejam humanos, saibam se conduzir sempre como seres inteligentes e capazes de altivamente se responsabilizarem pelos seus atos.”

A CONDUTA E A LEI DO RETORNO