Luiz de Mattos em sua época foi um espírito incansável, foi um bravo e duplamente abolicionista. Lutou pela liberdade do homem escravo do próprio homem. Mas também lutou pela liberdade do homem escravo dos dogmas escravagistas e grosseiros, liberando o pensamento do homem travado nas amarras do misticismo religioso, levando-o ao auto conhecimento de si próprio como Força e Matéria.

Homem verdadeiro - Por Luiz de Mattos

...Quem ignorar estes princípios ou quem, conhecendo-os, não os observar, não pode ser honrado, não pode ser amado, não pode governar os outros homens: é fatalmente um infeliz, e o infeliz, no dizer de Camilo Castelo Branco, tem o fatal condão de deslapidar o brilho das idéias, enredando-as, escurecendo-as, falsificando-as, há uma como névoa que empana os objetos ou os desfigura; o infeliz vê sempre errado: ora crê e confia em tudo que ao comum dos homens é desprezível; ora esquiva-se a tomar pelos caminhos do bem estar, que evidentemente se lhes oferecem.

E claro, pois, que só pode ser verdadeiro e portanto livre, quem for honrado; só pode ser honrado o que for esclarecido, e só será esclarecido o que se conhecer a si próprio, o que conhecer a sua composição psíquica e fisiológica,
porque conhecendo a si próprio, conhecerá a composição do universo, e conhecendo esta, conhecerá a lei dos fluidos, e conhecendo a lei dos fluidos, conhecerá as diferentes categorias destes, e como a eles e às partículas da Inteligência Universal se aplica a lei física da atração dos corpos; e com esses conhecimentos saberá definir e explicar todos os fenômenos que se observarem e terminará garantindo que o milagre e o sobrenatural são produtos da ignorância humana, e que o visível, como o invisível, obedece à leis comuns e naturais que regem todos os corpos e seres existentes no Universo.